Cardiomiopatia de fenótipo restritivo em gato Persa

Resumo

Em felinos, as condições cardiovasculares são incluídas entre as dez principais causas de óbito. Dentre elas, a cardiopatia restritiva (CMR) é caracterizada principalmente por uma disfunção diastólica grave e um importante aumento do átrio esquerdo ou bilateral, resultante da pressão de enchimento ventricular continuamente elevada, em decorrência de um aumento da rigidez da parede do ventrículo esquerdo. Atualmente, a principal forma de diagnóstico da condição é a ecocardiografia, entretanto, o diagnóstico da CMR ainda é desafiador considerando as demais cardiomiopatias existentes. O presente relato aborda tópicos de suma importância para a compreensão dessa afecção, ao considerar a frequência com que as condições cardíacas acometem felinos domésticos, e o desafio no reconhecimento da CMR, aliados ainda, à importância de se determinar um diagnóstico de maneira precoce, para assim, adotar recursos de forma mais rápida na tentativa de prologar a sobrevida do paciente em um quadro de prognóstico desfavorável. Assim, esse estudo trata de um caso clínico envolvendo uma paciente felina da raça persa, de 15 anos, atendida por um serviço veterinário com sinais de taquicardia e dispneia resultantes de uma efusão pleural. Posteriormente, a paciente recebeu diagnostico de cardiomiopatia de fenótipo restritivo e, apesar do tratamento, o quadro evoluiu com a progressão dos sinais de insuficiência cardíaca congestiva, e ainda, paralisia flácida de membros pélvicos. Após criteriosa avaliação do quadro clínico da paciente e considerando a baixa qualidade de vida, os tutores foram informados sobre as opções diagnósticas para tromboembolismo e as alternativas terapêuticas para as alterações presentes. Diante das limitações do caso e em comum acordo com os tutores, optou-se pela eutanásia.